Dando continuidade as ações do Setembro Verde, a Secretária do Estado de Saúde (Sesau), por meio da Central de Transplantes de Alagoas, realizou, no sábado (25), um curso com foco na capacitação para determinação de morte encefálica. O treinamento aconteceu no auditório da Escola do Governo, localizada no bairro Centro, em Maceió
Ao todo, 14 médicos participaram do treinamento. A expectativa é que a qualificação contribua na formação dos médicos e os ajude na realização de diagnósticos de morte encefálica, uma das principais linhas de cuidado em transplantes.
O diagnóstico de morte encefálica é essencial para que se obtenha a doação de múltiplos órgãos, segundo explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos. “O diagnóstico é obrigatório de acordo com o decreto 9.175, artigo 18. Todos os hospitais têm caráter urgente e obrigatório em realizar o diagnóstico e notificar para Central de Transplantes. Mas, ainda, registramos a subnotificação e, por isso, é importante a capacitação destes profissionais. E a resolução exige que os médicos sejam devidamente capacitados e habilitados para realização do laudo”, disse.

A coordenadora ainda relembrou a importância dos doadores informarem aos familiares o desejo de ser um doador de órgãos. “É muito importante que as pessoas declarem para seus familiares sobre o seu desejo de ser um doador de órgãos. Pois, hoje, no Brasil, apenas a família pode autorizar a doação. É um tema que ainda está cercado de muitos tabus, muitos mitos, mas, é importante que se esclareça e a gente continue salvando vidas”, ressaltou.
Balanço – De acordo com os dados da Central de Transplantes de Alagoas, o Estado realizou 41 transplantes este ano, sendo 39 de córnea e dois de fígado. Na fila de espera, atualmente há 324 alagoanos aguardando por um transplante de córnea, 121 por um de rim, três por um novo coração e um por um fígado.
Doador – Para ser realizado o transplante de órgãos, além da autorização familiar, precisa ser constatada a morte encefálica do doador, que é a parada irreversível da função do encéfalo, ou seja, é quando o cérebro para de funcionar. A morte cerebral permite a doação de órgãos e tecidos, mas, a morte cardíaca, só a doação de tecidos.
Qualquer pessoa pode ser doadora, exceto os portadores de doenças infecciosas ativas ou de câncer. E a doação não desfigura o corpo do doador. Para doadores vivos, o doador deve ter mais de 18 anos de idade e o receptor deve ser cônjuge ou parente consanguíneo até quarto grau (pais, filhos, irmãos, avós, tios ou primos). Se não houver parentesco, será preciso autorização judicial.
Os órgãos são transplantados nos primeiros pacientes compatíveis, que estão aguardando em uma lista única da Central de Transplantes de cada Estado. A lista é controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e supervisionado pelo Ministério Público (MP).