Juiz que atuou em Mata Grande é investigado por esquema de manipulação de processos

Jairo Xavier Costa e mais outras pessoas são investigadas pelo Ministério Público Estadual de Alagoas.

Por Redação Ítalo Timóteo

08/05/2021 -

10:02h

Ítalo Timóteo

O juiz Jairo Xavier Costa que atuou na comarca de Mata Grande que abrange Inhapi e Canapi está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado de Alagoas. Nesta quinta-feira (07) foi deflagrada uma operação, intitulada de Causa Nostra, para desarticular a ação do grupo.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e a Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano, o   esquema envolveria a  manipulação de acordos judiciais em processos de imóveis de outros estados.

Um dos investigados é o juiz aposentado Jairo Xavier Costa, que em 2019, a Corregedoria-Geral de Justiça já havia concluído haver evidências de irregularidades com a participação do referido magistrado.

Além dele, o seu filho, Jairo Xavier Costa Júnior, dois advogados, um deles identificado como Ivan Bergson Vaz de Oliveira, e um servidor do Poder Judiciário também estão sendo investigados pelas supostas fraudes processuais.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª vara Criminal da Capital, foram apreendidas mídias, dispositivos eletrônicos e documentos, os quais serão devidamente analisados pelos promotores de Justiça atuantes no procedimento investigatório criminal (PIC) em questão.

A operação ocorreu simultaneamente em Maceió, em Girau do Ponciano e na cidade de São Sebastião, essas duas últimas, localizadas no Agreste do estado.

Juiz afastado

O juiz Jairo Xavier foi afastado das funções em 2019, após várias representações feitas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas. À época, ele atuava na comarca de Palmeira dos Índios.

A decisão do seu afastamento foi tomada pelo então corregedor-geral de Justiça, Fernando Tourinho de Omena Souza, que afirmou que Jairo Xavier “negligenciou no cumprimento dos seus deveres funcionais quando se submeteu ao cometimento de atos incondizentes com as leis e a Justiça”.

Nessa mesma decisão, Fernando Tourinho elencou os tipos de crimes que teriam sido cometidos pelo juiz aposentado, afirmando que o mesmo teria “validado negócios jurídicos nulos, constituídos com base em documentos maculados de vícios, reconhecendo direitos e, dessa forma, sendo agente importante na concretização de práticas criminosas”.