Pediatra da Sesau explica por que as crianças adoecem mais depois que entram na escola

Ana Carolina Ruela esclarece essa dúvida que é frequente entre pais, principalmente os de primeira viagem

Por Redação Agência Alagoas

03/03/2023 -

08:37h

Carla Cleto/Ascom Sesau

A primeira infância, fase da vida que começa no nascimento e vai até os seis anos de idade, é um período importante para o desenvolvimento da criança. É neste período da vida que os pequeninos adquirem habilidades psicossociais e motoras e, principalmente, fortalecem a imunidade, a partir da produção das células de defesas, seja em razão da resposta à vacinação ou até mesmo à exposição a microorganismos.

Mas por que será que ao iniciar a vida escolar, as crianças costumam adoecer com mais frequência e apresentar problemas de saúde que anteriormente não eram comuns?   Ana Carolina Ruela, pediatra da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), tem a resposta para este questionamento que aflige a mente dos papais, principalmente os de primeira viagem.

A especialista afirma que o aumento da frequência de adoecimento das crianças quando entram na escola é uma preocupação frequente entre os cuidadores dos pequenos. Segundo ela, nesse contexto, a criança passa a ser exposta a uma quantidade muito maior de vírus, especialmente respiratórios. “Os pais relatam que a criança gripa mais depois que entra na escola. Adoece e fica dez dias em casa, que é mais ou menos o ciclo da doença. Isso é comum nos primeiros meses de aula”, afirma a médica.

“Como a criança vai adquirindo anticorpos, esse quadro de adoecimentos melhora com o tempo. Então, vale a pena sobreviver aos primeiros meses da adaptação escolar”, salienta a pediatra da Sesau. Diante disso, é esperado que as crianças pequenas fiquem doentes com mais frequência no início das aulas, especialmente nos primeiros anos de vida. Calcula-se que essas crianças podem apresentar aproximadamente doze quadros infecciosos respiratórios por ano, ou seja, uma média de um adoecimento por mês.

Recomendação

Diante disso, Ana Carolina Ruela recomenda que os pais cuidem da alimentação dos filhos, investindo em alimentos naturais, ricos em vitaminas que contribuem para evitar doenças. Isso porque, de acordo com a pediatra, a deficiência nutricional contribui para que o organismo esteja desprotegido, principalmente se a criança apresentar quadros de anemia ou desnutrição.

A especialista orienta, ainda, que os pais façam o acompanhamento com o pediatra regularmente, comparecendo às consultas de crescimento e desenvolvimento, que são disponibilizadas pelas Secretarias Municipais de Saúde (SMSs), nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por meio do Programa Saúde da Família (PSF). Além disso, é importante seguir o calendário nacional de vacinação e assegurar que a criança tome todas as vacinas disponíveis, que irão conferir imunidade a doenças como paralisia infantil, sarampo e, a mais nova disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é o imunizante contra a Covid-19.

“Seguindo todas estas recomendações, a criança pode adoecer, mas será com menor frequência, com menos intensidade de sintomas e os pais estarão assegurando que ela perca menos dias de aula, uma vez que a recuperação será mais rápida. No caso de vacinas contra o sarampo e a paralisia infantil, por exemplo, irão contribuir para evitar óbitos e sequelas, como a perda dos movimentos, o que afetou muitas crianças no passado”, completou a pediatra.