Criança com graves problemas renais volta a andar após passar por tratamento no HGE

Enderson Kauã Souza chegou à unidade debilitado devido a doença e não conseguia se locomover

Por Redação Agência Alagoas

18/09/2023 -

18:35h

Thallysson Alves / Ascom HGE

O paciente Enderson Kauã Sousa, de 5 anos, se transformou na alegria da Pediatria do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Ele chegou à unidade hospitalar abatido e sem conseguir se locomover, devido a uma insuficiência renal aguda. Após três meses internado e, em intenso tratamento, o pequeno recebeu alta médica, parecendo agora ser outra pessoa, uma vez que, além de conseguir andar, deixou a unidade sorrindo e brincando com todos, inclusive, pedalando um triciclo infantil, que o auxiliou no retorno dos movimentos das pernas.

A perda dos movimentos ocorreu devido ao problema renal, com o agravamento da necessidade de hemodiálise. A criança já não andava, segundo explicou o fisioterapeuta do HGE, Allyelson Teles, que integrou a equipe multidisciplinar que cuidou de Enderson Kauã Sousa.

“A hemodiálise é um tratamento que acarreta diversas complicações nos sistemas muscular, metabólico e cardiorrespiratório, comprometendo a funcionalidade e força muscular periférica do paciente”, relatou o profissional.

Segundo detalhou o fisioterapeuta do HGE, o sistema muscular é gravemente afetado. E, devido a essa perda de força, principalmente pela hipotrofia muscular, os pacientes apresentam uma capacidade aeróbica relativamente baixa, que leva ao rápido e progressivo descondicionamento físico. Por isso, o exercício físico é de extrema importância, visto que esses indivíduos apresentam uma grande redução do condicionamento físico.

“A reabilitação fisioterápica minimiza os impactos na qualidade de vida do paciente e o exercício surge como uma opção para capacitar o corpo para as atividades diárias. No caso do Enderson, trabalhamos capacitando-o diariamente, pois essas atividades não podem ser feitas sem medição de parâmetros de intensidade, frequência e duração, de forma individualizada e com avaliação da equipe multidisciplinar”, alertou Allyelson Teles.

 

O fisioterapeuta do HGE especificou que começou com atividades no leito mesmo para depois incentivar os movimentos no chão. “Ele não se sentia confortável para caminhar, dizia que doía muito. Trabalhamos paulatinamente as atividades motoras até que o triciclo deu um gás a mais para ele, que se motivou, primeiro sendo apenas empurrado pelos profissionais da equipe, para, em seguida, começar a pedalar, o que fortificou seus músculos e o encorajou a caminhar”, especificou.

Transplante

A doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Em um estágio mais avançado, chamado de fase terminal de insuficiência renal crônica (IRC), os rins não conseguem manter a normalidade, e esses pacientes passam a depender de sessões de hemodiálise. O transplante é uma solução definitiva para muitos deles.

Muito agradecida, a dona de casa Maria Ivanilda Sousa, de 42 anos, que é avó do menino, contou que Enderson era uma criança normal até o primeiro ano de vida, quando passou a emagrecer e sentir dificuldade de locomoção. “Procuramos o hospital no interior que moramos, em Santana do Ipanema, e eles nos encaminharam para o HGE, onde fizemos uma bateria de exames, passamos por várias especialidades, o diagnóstico foi confirmado e o tratamento iniciado”, relatou.

Ela explicou que a família está se organizando para inscrever a criança na fila de transplante renal. Maria Ivanilda Souza tem vários vídeos e fotos dos momentos vividos no hospital. “Toda a recuperação dele está registrada, cada ação da equipe, os exercícios, os momentos de alegria, vibração, lágrimas. Ele foi muito bem acolhido, sentimos como se fizéssemos parte da família de cada um que representa esse hospital que é referência e salva tantas vidas. Estamos saindo com a alta médica do Enderson, mas, retornaremos para visitar os amigos, com fé em Deus”, declarou, emocionada.