Sesau alerta para medicamentos contraindicados em caso de dengue

Automedicação pode piorar o quadro viral do paciente e prejudicar o tratamento adequado

Por Redação Agência Alagoas

22/02/2024 -

10:22h

Carla Cleto / Ascom Sesau

A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) orienta a população alagoana sobre os medicamentos que são contraindicados para quem foi diagnosticado com dengue ou que esteja com suspeitas de infecção pela doença. Especialistas não recomendam usar anti-inflamatórios, corticoides e antibióticos, pois os sintomas podem ser agravados. Além disso, vale alertar que a automedicação pode piorar o quadro viral do paciente e prejudicar o tratamento adequado.

Em propagandas de remédios que podem ser comprados sem prescrição médica, é comum a presença da seguinte frase: esse medicamento é contraindicado em casos de suspeita de dengue. O alerta é justamente para que a população não faça o uso de determinadas substâncias, que podem aumentar a gravidade do quadro de saúde de uma pessoa infectada ou com suspeitas da doença.

O chefe de Gabinete de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Sesau, médico infectologista Renee Oliveira, explicou que os antibióticos costumam ser a primeira procura das pessoas sem o devido conhecimento. Contudo, essas substâncias não são recomendadas para esses casos. “Os brasileiros possuem uma preferência pelo uso de antibióticos para quadros de infecção de uma forma geral, mas a dengue é uma doença viral. Portanto, não faz sentido usar esse tipo de medicamento e qualquer antibiótico é contraindicado nessas situações”, disse o profissional.

O infectologista ainda destacou que os anti-inflamatórios conhecidos popularmente como AAS ou aspirina também não devem ser usados, pois diminuem a função das plaquetas e podem dificultar a correta coagulação do sangue. “De maneira geral, os anti-inflamatórios ainda podem causar irritação na mucosa gástrica, no estômago, podendo levar a sangramentos nessa região e, consequentemente, a piora do quadro do paciente”, destacou o especialista.

Renee Oliveira também chamou a atenção para os corticoides, que não devem ser usados na fase inicial de doenças virais. “Esse tipo de medicamento pode reduzir e atrapalhar a resposta imune. E após uma infecção, o corpo precisa tentar reagir e combater aquele problema. Por isso, os corticoides também não devem ser levados em consideração nessas situações”, pontuou o infectologista.

Entre os medicamentos que não podem ser ingeridos em casos de diagnóstico ou de suspeita de dengue estão o Ibuprofeno, Naproxeno, Varfarina, Cetoprofeno, Indometacina, Dexametasona, Diclofenaco e Prednisolona. Vale destacar que não há um medicamento específico para o tratamento da dengue, mas os remédios citados anteriormente não devem ser usados por quem foi comprovadamente infectado ou está com sintomas da doença.

O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, frisou a importância de se divulgar informações de fontes confiáveis para que vidas sejam salvas. “Temos que ter cuidado. É sempre bom pesquisar e buscar mais informações. Além disso, a automedicação é um caminho muito perigoso. O Estado oferece atendimento 24 horas em várias unidades hospitalares para todos os alagoanos. Também precisamos adotar as medidas de prevenção para evitar a proliferação dos mosquitos”, afirmou o gestor da pasta. O QUE TOMAR

Por outro lado, Renee Oliveira recomenda recorrer aos analgésicos, como o paracetamol (para dor), e antitérmicos, como a dipirona (para febre) ao perceber os sintomas, pois diminuem as dores e o mal-estar provocados pela doença. Outro ponto destacado é que o paciente precisa ter repouso e focar na hidratação. Portanto, o ideal é ingerir bastante água, soro caseiro e água de coco. Além disso, um médico deve ser procurado imediatamente caso os sintomas continuem.

É importante lembrar que os principais sintomas da dengue são: febre alta, dor de cabeça, nos ossos e articulações, dor atrás dos olhos, manchas pelo corpo, náusea, tontura e cansaço. Ainda podem ocorrer vômitos, dificuldade de respirar, hemorragia, dor abdominal intensa, confusão mental e até perda da consciência em casos mais graves da infecção.