Uma capacitação para o diagnóstico de morte encefálica foi promovida nesta quinta-feira (13) pela Central de Transplantes de Alagoas, vinculada a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). O objetivo é habilitar mais médicos a entenderem o protocolo que identifica a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro de um paciente. Assim, o profissional também contribui com a diminuição na lista de espera por transplante em Alagoas.
O protocolo para o diagnóstico de morte encefálica obedece critérios estabelecidos pela Resolução Nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo ele, um médico deve conduzir exames baseados em sólidas e reconhecidas normas técnicas. Entre outras, os testes incluem um exame clínico para comprovar que não há mais reflexos cerebrais e que o paciente não pode respirar por si próprio. As avaliações são repetidas pelo menos duas vezes, com intervalos para assegurar um resultado exato.
“O teste pode incluir o exame de doppler encefalograma ou eletroencefalograma, no intuito de confirmar a ausência do fluxo sanguíneo ou da atividade elétrica cerebral. Na constatação da morte encefálica, o médico também precisa saber o que fazer para ajudar nesse momento delicado, que envolve a dor da perda de uma família, porém a possibilidade de alívio para outra. É nesse instante que o alinhamento com a Central de Transplantes de Alagoas faz toda a diferença entre existir ou não a captação dos órgãos”, explicou Lucas Santana, médico coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO).
Dessa vez, 15 médicos participaram do curso e irão atuar no esforço de aumentar a quantidade de doação de órgãos, seguindo critérios de segurança e princípios éticos, conforme destacou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos. Ela acrescenta que a educação permanente está incluída entre as ações contínuas da equipe da Central de Transplantes de Alagoas, que também abraçam enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, entre outros profissionais que fazem parte da assistência.
“Atualmente nós estamos com 514 pessoas aguardando por uma córnea, 30 pessoas aguardando por um rim e seis pessoas aguardando por um fígado. Então, é muito importante que os profissionais estejam e sejam capacitados para contribuir em todo esse processo. É um direito do paciente, e de seus familiares, um diagnóstico preciso, uma comunicação adequada, acolhedora e esclarecedora. Assim, cumprimos também com a nossa missão de salvar mais vidas”, afirmou Daniela Ramos.