A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Seagri) já entregou 513.100 alevinos de Tilápia do Nilo através do Programa de Distribuição de Alevinos, desde janeiro de 2024. O programa auxilia no combate à vulnerabilidade social e insegurança alimentar, fomentando a criação de peixes nas propriedades rurais, assentamentos da reforma agrária e comunidades dos povos tradicionais.
A marca de meio milhão de alevinos entregues ocorreu no município de Delmiro Gouveia. Já foram atendidos 24 municípios alagoanos, beneficiando 787 famílias de agricultores. O produtor do alto sertão George Rodrigues Nobre foi um dos beneficiados. A criação de peixes fica no Sítio do Tará.
“Por receber os alevinos de forma gratuita, isso reduz o custo da sua piscicultura. Podemos investir esse dinheiro em infraestrutura, em melhorias, maquinários para ajudar no cultivo. O peixe que a gente produz aqui nós consumimos e também vendemos para a indústria”, ressalta o piscicultor.
A secretária da Agricultura e Pecuária, Aline Rodrigues, reforça que o programa ajuda na geração de renda durante todo ano, com a criação de peixes, fortalecendo a aquicultura no estado. Cada família beneficiada recebe os alevinos de acordo com a capacidade de seu manancial hídrico. Em média, cada produtor recebe cerca de mil alevinos na distribuição. Os peixes demoram entre 6 a 8 meses para atingir cerca de 500 gramas, ideal para consumo ou comercialização, se foram produzidos num sistema de cultivo semi-intensivo, o tipo mais utilizado pela maioria dos beneficiários do programa.
“O Governo de Alagoas tem como prioridade a garantia de segurança alimentar e nutricional das famílias. Uma das estratégias adotadas é a Distribuição de Alevinos, um dos programas de base do Alagoas Sem Fome. Com as entregas, fortalecemos a produção de um alimento rico em nutrientes, ajudando na alimentação dos agricultores e também no seu complemento de renda, porque eles conseguem comercializar a produção”, explica a gestora da pasta.
No município de São José da Tapera, o agricultor Francisco Pereira usa toda a criação de peixes na alimentação da sua família. “Eu não vendo a produção. Tenho sete filhos, sogra e muitos parentes para alimentar. Quando eles estão entre 800g e 1kg, eu pesco e dou um pouquinho para um e para outro”, afirma.
De acordo com os dados de acompanhamento da Gerência de Pesca e Aquicultura da Seagri, cada produtor produz por ano cerca de 475 kg de peixes, que servirá tanto para consumo da família, garantindo um alimento de qualidade, rico em proteínas, vitaminas, entre outros nutrientes.
Caso o beneficiário queira comercializar os peixes produzidos, o valor médio no mercado local é de R$ 15/kg, gerando uma receita bruta/por despesca de R$ 7.125. Estimando-se os gastos com ração e outros custos para a criação semi-intensiva em cerca de 35%, estima-se que o produtor tenha um lucro líquido, em média, de R$ 4.631.