O Sistema Único de Saúde (SUS) de Alagoas já realizou 54 transplantes de coração ao longo de 35 anos da habilitação do serviço no Estado. Os transplantes foram feitos em uma unidade filantrópica habilitada pelo Ministério da Saúde (MS), mas futuramente serão realizados no Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene (HC), no bairro Cidade Universitária, em Maceió, que está em processo de credenciamento para realizar transplantes de coração e de rim.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, os transplantes de coração são realizados em Alagoas desde 1988. O Hospital do Coração Alagoano já recebeu aprovação do MS com relação aos critérios técnicos, documentação, certidões negativas, de infração, ética e currículo da equipe técnica da unidade, e aguarda a portaria de habilitação para que passe a realizar os transplantes.
“Em relação ao processo para entrar na lista de transplantes de coração, primeiro a equipe médica que acompanha o paciente vai tentar todos os tratamentos. O último deles é o transplante. Nesse caso, a equipe médica vai inscrever o paciente em lista. Ele pode ser inscrito em apenas um Estado. É preciso que aqueles que querem fazer a doação de órgãos falem ainda em vida sobre o seu desejo para sua família, que são os únicos que podem autorizar a doação”, explicou Daniela Ramos.
Beneficiados
Adriana Pereira de Oliveira, de 48 anos, é uma das pacientes transplantadas de coração no estado. Ela fez a cirurgia há 14 anos. “Tive doença de Chagas e precisei de um coração novo. Quando eu estava com um ano na fila de transplante, chegou o meu coração. Eu já estava com um marca-passo, mas ele não era a solução, pois apenas outro coração resolveria. Hoje eu vivo uma vida normal, graças a Deus. Tomo o meu medicamento para o órgão não rejeitar, faço minha rotina, sigo minha vida normal, não sinto nada. Graças a Deus que a fila de Alagoas zerou”, destacou a Adriana.
Outro beneficiado com um transplante de coração foi Denysson Rennon Monteiro, de 43 anos, que comemorou um ano do transplante de coração neste mês de outubro. “Há três anos descobri que tinha cardiopatia dilatada, passei por todos os exames e foi constatado que eu precisava de um transplante. Fiquei no aguardo da fila do transplante por um período de oito, nove meses, durante a Pandemia da Covid-19. Em seguida, consegui o transplante. Hoje estou vivendo muito bem e agradeço a equipe da Santa Casa e ao SUS. Estou feliz da vida. Doem órgãos, pois é fundamental, salva vidas e as famílias agradecem”, contou o paciente.
Isa Kelly Feitosa, esposa do mais novo transplantado do Estado, José Higino da Silva, de 40 anos, relatou que o marido era o último alagoano cadastrado no Estado para receber este órgão. Devido a complicações em seu quadro, Silva estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, havia dois meses, depois de ser transferido do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), após entrar na fila nacional de prioridades.
“Há nove anos ele fazia tratamento, pois sofria de insuficiência cardíaca. No final de 2022, ele descobriu que precisaria de um transplante. Desde o dia primeiro de janeiro ele esteve internado e em março entrou para fila de transplante. Em agosto ele começou a ter um quadro mais grave e foi transferido para São Paulo para ter mais suporte. Quando veio a notícia que era compatível, ficamos muito felizes. Hoje ele já está sem sonda, sem marca-passo, a recuperação está excelente”, disse a esposa de José Higino da Silva.