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BPA celebra 35 anos com histórias de proteção ao cidadão e ao meio ambiente

O mês de junho é lembrado por festejos e comemorações. Entre eles, está o 5 de junho: o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data é marcada também pelo aniversário do Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar de Alagoas (BPA/PMAL) que celebra 35 anos em 2024.

A Unidade tem sua sede localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé, no Santos Dumont, em Maceió, mas seu campo de atuação se estende por todo o território alagoano. O trabalho das guarnições é de contínuo combate a crimes seja nas matas, lagoas, feiras livres, em atividades de fiscalização e de educação ambiental e também no policiamento ostensivo como recobrimento de áreas de outros batalhões.

“O Batalhão Ambiental é uma unidade fundamental para a Corporação e para Alagoas. Em nome de nossa instituição, queremos parabenizar do atual comandante tenente-coronel Sidraiton ao militar mais recruta por todo o trabalho desenvolvido no combate aos crimes ambientais, na preservação do meio ambiente e nos diversos resgates e apreensões realizadas nestes 35 anos”, destacou o coronel Paulo Amorim, comandante-geral da PM.

Em três décadas e meia operando, o BPA reúne feitos, excelentes resultados e um histórico de bom serviço. “O papel do BPA, como Unidade especializada da Polícia Militar, representa a preservação do bem mais precioso da humanidade que é o seu habitat. Ou seja, o lugar onde nós vivemos e tiramos o nosso sustento. Por meio do combate aos crimes e com ações preventivas de educação ambiental, preservamos o meio ambiente, garantindo a existência da nossa e das demais espécies do planeta terra”, descreveu o comandante do BPA, tenente-coronel Sidraiton Soares.

UMA HISTÓRIA DE AMPARO E GRATIDÃO

Os guerreiros desta unidade especializada vão onde muitos não podem ir. Na memória da Quitéria Vieira, o BPA deixou uma marca especial, pois chegou na vida dela em um momento delicado. A professora de 42 anos diz ter amor pelos animais e uma gratidão eterna pelo Batalhão. Curiosamente, ao invés de animais silvestres, a unidade foi seu auxílio numa situação envolvendo seus pets. Ela é tutora da Lua, uma cadela husky siberiano adulta e de Pérola, uma filhote de mesma raça.

Foi um processo doloroso com vários episódios, idas e vindas. Tudo começou com a chegada de uma antiga conhecida demonstrando interesse em cuidar de Lua e de outros dois filhotes de husky, mas o que se sucedeu foi uma cadeia de desencontros, mentiras e maus tratos aos animais. “Agradeço a Deus pelo que o BPA fez por meus animais. A Polícia Ambiental deu todo suporte a mim, à Lua (com cinco anos de idade) e à Pérola (na época com apenas nove meses). Apenas profissionais qualificados conseguem fazer o que eles fizeram”, relembra aliviada. Como forma de agradecer, Quitéria decidiu preparar um presente: uma cesta em homenagem à guarnição, com fotos e uma caneca gravada com uma mensagem de gratidão.

Ela se refere à equipe comandada pelo tenente Pedro da Silva, composta também pelo soldado Fábio Alencar e pela sargento Laíse Souza, que relembra que no dia 29 de junho de 2023, a guarnição da Supervisão foi acionada para realizar buscas na mata do Santo Amaro, em Maceió, com a finalidade de localizar a cadela Lua, que estava desaparecida. A tutora do animal procurou o Batalhão para dar esse suporte, pois não é indicado que populares adentrem a mata sem o devido conhecimento do local. A equipe realizou uma incursão porém não foi possível localizar o pet.

Mesmo não tendo êxito na busca propriamente dita, o desenrolar dos fatos garantiu um final feliz. “No meu desespero, entrei em contato com o BPA. Recebi suporte inclusive emocional. Me senti amparada. A guarnição veio aqui, conversou comigo e iniciou as buscas na mata, porém sem sucesso. Como todo profissionalismo eles localizaram a Lua. Felizmente, ao contrário do que a pessoa falsamente tinha testemunhado, Lua não estava na mata. Ela estava protegida e amparada na casa de uma família”, relatou a tutora.

Além de localizar Lua, foi descoberta ainda a localização de Pérola, também levada anteriormente junto com outro filhote macho. A filhotinha estava em outro imóvel, e quando foi encontrada tinha ferimentos graves e o estado de saúde era delicado. Infelizmente, o irmão havia falecido. Ele não resistiu aos maus tratos, e sofreu com o corpo cheio de parasitas, popularmente conhecidos como bicheira, tudo por negligência da pessoa que, inicialmente, havia prometido cuidar. O caso envolvendo a morte do cachorro e os maus tratos à cadela, corre em segredo de Justiça. Hoje Lua e Pérola estão bem cuidadas, saudáveis e cercadas de amor.

“CONHECER PARA PRESERVAR”: O TRABALHO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O Batalhão Ambiental interage ainda com as comunidades tradicionais de todo o Estado, por meio de ações educativas, buscando sensibilizar no povo alagoano o sentimento de responsabilidade. Uma das vertentes do BPA é a Educação Ambiental. “É uma das formas de prevenção, conscientização e promoção à proteção do meio ambiente. Não por acaso, nosso lema é ‘conhecer para preservar’. Não se pode preservar o que não se conhece, então levamos essa consciência. O ser humano precisa adotar esse senso de pertencimento e, assim, assumir o compromisso de preservar”, explicou o sargento Anderson Góes, integrante do núcleo.

O núcleo promove palestras, exposições e ações diversas por todo estado. Onde chegam, despertam olhares curiosos de crianças e adultos. As atividades são planejadas de acordo com o público, faixa etária e grau de instrução e são levadas aos mais diversos níveis da educação e áreas da sociedade. Seja para crianças e adultos, escolas, empresas e universidades. Os animais taxidermizados, popularmente conhecidos como empalhados são uma atração à parte. São exemplares mortos de mamíferos, répteis e aves que passam pelo tratamento técnico desenvolvido no próprio batalhão.

Mas é nas escolas, entre os pequeninos, que segundo o sargento Anderson Goes, a experiência sempre surpreende e, em muitos casos, até emociona os militares do núcleo. “Quando a criança conhece os animais, os demais seres vivos e sua função na natureza, a consciência é despertada .  A cada visita nossa equipe se empenha em apresentar o conteúdo de forma mais lúdica para, assim, conscientizar e torná-los multiplicadores da causa ambiental. Se em cada escola que visitarmos, conseguirmos despertar e ‘contaminar’ ao menos uma criança com o ‘vírus verde’, então a missão terá sido cumprida com sucesso. É um trabalho recompensador, a cada abraço, sorriso e, principalmente, quando ouvimos alguma delas falando que sonhar ser um de nós quando crescer”, finalizou o sargento.

Neste mês de celebração, o comandante do BPA fez questão de deixar uma mensagem à tropa do presente e aos guerreiros que construíram a história do Batalhão: “Continuem firmes e abnegados na nobre missão da defesa da natureza, na fiscalização dos 102 municípios do estado de Alagoas, na proteção da fauna, da flora e dos recursos naturais, garantindo assim um mundo mais saudável para as presentes e futuras gerações. Como batalhão também queremos agradecer e enaltecer aos que contribuíram com o BPA, pois foi com o esforço e dedicação desses honrados guerreiros que a nossa unidade se tornou imprescindível na proteção do meio ambiente”, enalteceu o oficial superior.

DE COMPANHIA FLORESTAL A BATALHÃO AMBIENTAL

No dia 5 de junho de 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU), durante a Conferência de Estocolmo, estabeleceu a data como Dia Mundial do Meio Ambiente. Em 5 de junho de 1989, em Alagoas e sob o nome de Companhia de Polícia Florestal, nascia o braço armado do estado na proteção da fauna e flora alagoanas. Em 2001, na mesma data, a Unidade deixou de ser Companhia Florestal e se tornou o Batalhão de Polícia Ambiental.

O BPA tem como missão planejar, coordenar e executar o policiamento ostensivo terrestre e aquático, agindo de forma preventiva e repressiva, de forma integrada, visando à proteção da vegetação, dos mananciais e de componentes dos diversos ecossistemas, buscando a conscientização, o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida. O papel do Batalhão nos últimos anos inclui a participação constante em operações conjuntas, entre elas a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) da Bacia do São Francisco, coordenada pelo Ministério Público Estadual. A FPI consiste em um programa continuado, de caráter educativo e preventivo, que reúne instituições como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA/AL), Agência Nacional de Mineração (ANM/AL) e o próprio BPA.

O efetivo da Unidade é constituído por diversos oficiais e praças com formações acadêmicas (geografia, biologia, agronomia, engenharias florestal e ambiental) que agregam às ações e aos planejamentos específicos. Esses conhecimentos multidisciplinares proporcionam nova visão quanto à utilização racional dos recursos naturais, ajudando a preservá-los, para a atual e futuras gerações.

DESTAQUE NA LAVRATURA DE TCOS

Na chegada dos 35 anos, entre outras razões para comemorar está o destaque na lavratura de Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs). O BPA foi responsável pela confecção de aproximadamente 22%  entre janeiro e maio deste ano, segundo o setor de Planejamento e Estatísticas da Unidade (P3/ BPA).

Os TCOs representam uma abordagem que foi reimplantada em março de 2023 na PM, permitindo resolver de forma célere e eficiente uma variedade de incidentes, desde delitos menores até situações mais complexas. Na prática, ao invés de levar o caso a uma Delegacia da Polícia Civil, a lavratura do TCO é realizada pelas guarnições por meio de um formulário eletrônico na estrutura do aplicativo Quimera – ferramenta desenvolvida pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP) – já em uso para confecção de Boletins de Ocorrências (BOs) dentre outras funcionalidades. A medida cabe diante de ocorrências que envolvem cativeiro de animais silvestres, por exemplo.

Após a conclusão do atendimento, a seção de planejamento e emprego operacional da unidade operacional funciona como um cartório policial para revisar as informações repassadas e posterior encaminhamento do documento para o sistema do Tribunal de Justiça, também por meio eletrônico.

O tenente-coronel Sidaitron reforça que toda e qualquer pessoa também pode contribuir com a preservação e com o combate aos crimes ambientais. Ao constatar alguma irregularidade, animais em perigo ou precisando de resgate, é possível informar ligando para número 190 ou para o próprio BPA no número (82) 9 8833-5879. Os TCOs podem ser lavrados a partir de denúncias do cidadão.

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