Sertão na Hora

HGE: Especialista alerta para os riscos da automedicação

A automedicação é a prática de ingerir medicamentos sem orientação de um profissional de saúde qualificado. A automedicação é uma preocupação mundial e, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), a lista de medicamentos mais consumidos por conta própria pelos brasileiros começa pelos analgésicos, seguido pelos anti-inflamatórios, relaxante muscular, antitérmicos, descongestionante nasal, expectorante, antiácidos e antibióticos.

A farmacêutica do Hospital Geral do Estado (HGE), Flávia Amorim, explica que o consumo de remédios sem prescrição médica pode mascarar sintomas de doenças mais graves e até comprometer a saúde do indivíduo, ainda que os sintomas sejam comuns, como tosse, coriza, dor muscular e fadiga.

Ela esclarece, ainda, que a automedicação nunca será a melhor alternativa para manutenção da saúde e bem-estar. O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar no agravamento da doença. E se o medicamento for um antibiótico, o efeito pode ser ainda mais nocivo à saúde, pois é possível que ele aumente a resistência de micro-organismos, o que comprometeria a eficácia do tratamento correto.

“Principalmente no contexto viral em que estamos, é importante que não ignoremos os sinais e que não deixemos de buscar atendimento médico quando os sintomas piorarem. Também é recomendável que todos nós conheçamos a nossa própria saúde, ou a saúde de quem somos responsáveis, para adoção da melhor tomada de decisão e, também, melhor percepção de que a situação requer nova investigação”, explicou a farmacêutica.

A farmacêutica Flávia Amorim alerta sobre a necessidade de atendimento médico

A combinação inadequada de medicamentos é outra preocupação de especialistas com aqueles que insistem em se aventurar pela automedicação. É que o uso de uma droga pode anular ou potencializar o efeito da outra, gerando consequências mais sérias, como o surgimento de reações alérgicas, intoxicações, dependência e até mesmo o óbito.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), todo ano, cerca de 20 mil pessoas morrem, no país, vítimas da automedicação.

“É preciso lembrar que todo medicamento possui suas contraindicações e riscos, além de seus efeitos colaterais. Para os que pensam que tudo pode se resolver com uma planta medicinal ou uma receita caseira, fica o alerta sobre o risco do retardamento para o início do melhor tratamento, já que o falso alívio alcançado pode abrir espaço para o avanço de uma enfermidade mais complexa”, alertou Flávia Amorim.

Para ela, todos os cidadãos devem eliminar o hábito de utilizar a “mini farmácia” construída em casa sem uma nova orientação médica e jamais buscar orientação por meio de informações escritas em sites, blogs e redes sociais. Cada organismo é único e não está extinta a possibilidade de que um anúncio não cumpra com a finalidade prometida.

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