Para 325 alagoanos que possuíam algum tipo de arritmia cardíaca grave que causava uma mudança dos batimentos, o implante de um marcapasso ou CardioDesfibrilador Implantável (CDI) representou uma mudança de vida. O número contabiliza o quantitativo de procedimentos cirúrgicos de implante de marcapassos e CDIs realizados desde a inauguração do Hospital do Coração Alagoano, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e situado em Maceió.
“A falta de referência na assistência aos pacientes do SUS [Sistema Único de Saúde] que necessitavam do procedimento gerava uma fila de espera que hoje não existe.
O Hospital do Coração Alagoano é a unidade pública que é referência para este procedimento e muitos outros da área cardíaca”, ressalta Otoni Veríssimo, diretor-geral da unidade hospitalar.
De acordo com o gestor, as doenças cardiovasculares correspondem ao grupo de patologias que mais matam no mundo. “Por isso, o Governo de Alagoas, preocupado com esse cenário, entregou à sociedade o Hospital do Coração Alagoano, uma unidade especializada nos tratamentos das doenças do coração, entre elas as arritmias. Nosso hospital possui uma infraestrutura e parque tecnológico para o tratamento específico dessas doenças e, em Alagoas, não existe mais fila para implante de marcapasso, uma vez que o alagoano que precisar do procedimento terá seu tratamento garantido aqui no hospital”, garantiu o gestor.
Constatação
O aposentado Antônio Celestino da Silva, de 80 anos, sabe bem disto. Ele fez um procedimento de implante de marcapasso no Hospital do Coração Alagoano. “Eu sempre fui um homem muito ativo, gostava de jogar bola, de repente me sentia fraco, tonto. A sensação era de que meu coração estava parando. Agora estou bem, já consigo andar sozinho, estou me recuperando. Agradeço muito aos profissionais daqui pelo tratamento que tive. Se estou bem, é devido ao cuidado de cada um que faz essa instituição de saúde”, relatou o paciente.
O que acontece com o coração
O cirurgião cardíaco Kleberth Tenório pontuou que a arritmia cardíaca é a falta da alteração do ritmo dos batimentos do coração, colocando o paciente sob um risco de desmaios súbitos ou paradas cardíacas. Ela pode ser provocada por um desequilíbrio do sistema elétrico do órgão, que pode ter origens diversas, desde a infecção pela doença de Chagas, até arritmias após um infarto agudo do coração. “Quando é detectado algum problema, pode surgir a necessidade de implantação do marcapasso definitivo para devolver os batimentos normais do coração. O aparelho vai, então, ser instalado no peito do paciente e, através do sistema endovenoso, com implante de eletrodos dentro do coração, haverá a regular dos batimentos cardíacos”, explicou o especialista.
Segundo Kleberth Tenório, o implante do marcapasso é um procedimento de baixa complexidade, em que a pessoa pode ir para casa no dia seguinte, na grande maioria dos casos. Sendo importante um repouso relativo no primeiro mês após o implante, e uma vida absolutamente normal após esse período, sendo regularmente acompanhado pelo seu cardiologista.