O réu José Henrique Queiroz Barbosa Rocha, acusado de matar o empresário Gilmário Alencar dos Santos, no município de Olho D’água das Flores, foi condenado a 27 anos, 10 meses e 25 dias de prisão. O outro acusado, Bruno Barbosa Vilar, foi condenado a 19 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão. O júri popular teve início na terça (18) e concluído nesta quarta (19), conduzido pelo juiz Antônio Iris da Costa.
José Henrique deve cumprir ainda um ano de detenção, e foi condenado pelos jurados por homicídio qualificado, furto qualificado, destruição de cadáver e posse irregular de arma de fogo de uso permitido. O réu Bruno foi condenado pela prática dos crimes de homicídio qualificado, furto qualificado e destruição de cadáver.
Durante o julgamento, a ex-esposa da vítima narrou que enquanto se vestia para comparecer à sessão, seu filho pediu para que ela usasse a ‘camiseta da justiça’. “É fato notório que a retirada súbita de seu direito à convivência familiar com seu genitor causou enormes prejuízos de ordem psicológica, ao regular desenvolvimento da criança, à época com apenas cerca de 6 anos de idade”, destacou o magistrado.
Além de Bruno, José Caetano da Silva Neto também era apontado como participante do crime, mas morreu em confronto com a Polícia durante a tentativa de cumprimento de mandado de prisão. O juiz Antônio Iris apontou a dinâmica do delito, na qual José Henrique ordenou para que os outros envolvidos vigiassem Gilmário enquanto ele se dirigia até Arapiraca para abandonar o veículo da vítima.
“Em data incerta, (José Henrique) também determinou que seu subordinado adquirisse combustível, a fim de possibilitar a destruição do cadáver. Mais, ainda orientou os comparsas para irem para casa, mas que depois deveriam retornar para se livrarem do corpo, o que realmente aconteceu”, disse o magistrado.
O caso
O crime ocorreu em 24 de fevereiro de 2021. A acusação sustenta que José Henrique decidiu matar Gilmário por não querer pagar cerca de R$ 10 mil que devia à vítima.
Após o homicídio, diz a denúncia, os réus tentaram extorquir dinheiro da família do empresário sob o pretexto de resgate, mesmo sabendo que naquela altura, ele já estava sem vida.
Consta no processo que a vítima foi asfixiada até perder os sinais vitais no escritório do lava-jato de José Henrique. Os réus teriam levado Gilmário para um terreno pertencente à família de José Henrique, na zona rural de Olho D’água das Flores e, ao perceberem um movimento da vítima assemelhado a uma tentativa de respiração, os autores teriam voltado a asfixiar a vítima. Por fim, teriam colocado o corpo em um tanque, jogado gasolina e ateado fogo.
Matéria referente ao processo nº 0000048-47.2023.8.02.0025