A Rede de Atenção às Violências (RAV), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), se tornou uma referência na assistência e no acompanhamento de crianças que sofrem abuso e exploração sexual em Alagoas. O serviço, que acolhe e presta atendimento especializado para as crianças exploradas e violentadas sexualmente, por meio das Salas Lilás, ganha maior destaque durante este mês, dedicado à Campanha Maio Laranja, iniciativa que visa dar visibilidade e combater esse tipo de crime no Brasil.
No primeiro trimestre deste ano, a RAV atendeu 336 crianças e adolescentes que sofreram violência sexual, e a imensa maioria das vítimas foi do sexo feminino, com 286 registros. A faixa etária entre 10 e 14 anos foi a que teve a maior quantidade de atendimentos, com 123 crianças assistidas. Já os casos com idades entre 5 e 9 anos somaram 85 atendimentos no mesmo período.
Por sua vez, em 2023, a RAV prestou acolhimento para 605 crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, 543 do sexo feminino. A faixa etária com a maior quantidade de registros durante o ano passado foi a de 7 a 11 anos de idade, com 178 atendimentos.
O Hospital da Mulher (HM), localizado no bairro Poço, em Maceió, é referência no atendimento de vítimas de abuso e exploração sexual em Alagoas. A unidade possui equipes multidisciplinares que se revezam para garantir assistência adequada 24 horas por dia, durante todos os dias da semana. Além disso, os hospitais regionais do estado também contam com Salas Lilás da RAV para uma descentralização no acolhimento dos pacientes.
A gerente operacional da RAV, enfermeira Thaylise Brito, ressalta que o serviço ajuda no enfrentamento dos traumas sofridos pelas vítimas. “Quando uma criança ou adolescente vítima de violência sexual chega até a RAV, tem acesso a psicólogos, psiquiatras, pediatras, ginecologistas, enfermeiros, exames com peritos do IML [Instituto Médico Legal] e até o apoio da Polícia Civil. Toda essa rede garante que o dano sofrido seja minimizado durante o ciclo de vida dessas pessoas”, disse.
Thaylise Brito também pontuou sobre a importância de um acolhimento especializado desde os primeiros atendimentos, para que as crianças vítimas de abuso e exploração sexual possam superar seus traumas com uma menor dificuldade. A RAV ainda assegura que todo o acompanhamento seja feito em um único espaço, sem a necessidade de o paciente ficar percorrendo vários locais, dentro do município e até mesmo do Estado.
“Quando fazemos o acolhimento inicial de crianças vítimas de abuso e exploração sexual, percebemos todo o desconforto e o trauma que a violência gerou. Porém, conforme o acompanhamento adequado e especializado vai avançando, nós conseguimos observar a evolução no quadro dos pacientes, apesar do grande trauma sofrido”, explicou a gerente operacional da RAV.
Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, a RAV desempenha um papel fundamental na promoção de serviços públicos para os que mais precisam. “É muito importante que as crianças vítimas de casos estarrecedores, como os de violência sexual, sejam muito bem acolhidas e tratadas, e a RAV faz exatamente isso. Um atendimento humanizado e especializado faz toda diferença e investimos para que essas vítimas tenham esse serviço. Estamos aqui para cuidar dos alagoanos com o coração, como sempre reforça o nosso governador Paulo Dantas”, pontuou o titular da pasta.