Médico da Sesau explica causas da incontinência urinária e como deve ser o tratamento

Mais de 10 milhões de brasileiros são acometidos pelo problema, que é mais comum em mulheres e idosos

Por Redação Agência Alagoas

15/03/2023 -

08:00h

Carla Cleto / Ascom Sesau

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) aproveita que esta terça-feira (14) é o Dia Nacional e Internacional da Incontinência Urinária para conscientizar a população alagoana sobre uma das patologias do trato urinário mais comuns no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), mais de 10 milhões de brasileiros têm incontinência urinária, esse número é superior à quantidade de diabéticos no país, e diminui a qualidade de vida dos pacientes.

Eduardo Nunes, urologista da Sesau há mais de uma década, explica que a incontinência urinária é a perda involuntária da urina e que essa condição pode acometer qualquer pessoa, apesar de ser mais comum entre mulheres e entre pessoas idosas.  “Quanto maior a idade, maior é a possibilidade de o paciente apresentar esse distúrbio, porque, com o tempo, os músculos do assoalho pélvico, que sustentam a bexiga e a uretra, vão ficando mais flácidos. O enfraquecimento do assoalho pélvico também pode ocorrer nas mulheres após o parto”, afirmou o médico.

Além disso, ele esclareceu que as mulheres têm a uretra mais curta com relação a dos homens, o que aumenta a chance de a mulher apresentar essa perda da urina, mas enfatizou que perder a urina não é normal, por isso, em caso de incontinência urinária o paciente deve procurar um médico urologista.

Causas e Tratamento

Ainda segundo o especialista, existe mais de um tipo de incontinência urinária e uma série de fatores pode ocasioná-la, como excesso de peso, falta de exercícios físicos, gravidez e parto, problemas prostáticos, tosse crônica dos fumantes, bexiga baixa, conhecida como cistocele, infecções e até alterações neurológicas. Mas somente durante a consulta o médico é capaz de identificar a causa a partir da anamnese, exames clínicos e, se necessário, exames complementares.

“O tratamento varia de acordo com o tipo de incontinência e vai desde mudanças de hábito, como perda de peso ou restrição na ingestão de bebidas irritativas, até o tratamento medicamentoso pela via oral, como medicações que inibem a contração da bexiga ou que aumentem a capacidade de armazenamento dela”, ressaltou.

Eduardo Nunes afirmou que além desses, há uma série de outras opções de tratamento, como procedimentos cirúrgicos, fisioterapia para o assoalho pélvico, aplicação de toxina botulínica na bexiga, e até mesmo a ampliação vesical, uma técnica de reconstrução da bexiga a partir da retirada de uma alça do intestino para aumentar a capacidade de armazenamento urinário.

E prevenção?

O médico afirmou que é possível atingir uma idade mais avançada sem ocorrência da incontinência urinária, por isso elencou recomendações úteis na prevenção:

– Evitar sobrepeso, obesidade e sedentarismo;

– Evitar a ingestão de bebidas a base de cafeína e refrigerantes;

– Evitar o tabagismo;

– Fortalecer o assoalho pélvico;

– E em algumas hipóteses, diminuir o intervalo de tempo para urinar.