O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica com recomendações sobre a utilização de testes rápidos para diagnóstico de dengue. O documento foi mencionado, na última terça-feira (12), durante coletiva com jornalistas na sede do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE-Dengue), em Brasília. O processo para a compra e distribuição dos produtos já começou.
De acordo com o documento, considerando as características da resposta imunológica à doença, que não permite diagnóstico de infecção aguda pela detecção de anticorpos, apenas o teste rápido que detecta antígenos NS1 deve ser usado para essa finalidade. A proteína NS1 é uma substância produzida em grande quantidade e liberada na corrente sanguínea no processo de replicação do vírus, antes que o organismo comece a produzir anticorpos específicos para o vírus.
Os testes rápidos estão disponíveis para diagnóstico fora do laboratório, de forma qualitativa, e não permitem identificar o sorotipo viral (tipo do vírus), informação importante para a vigilância de modo geral, além da vigilância genômica, que permite estudos para o conhecimento sobre a forma como o vírus se espalha (dispersão viral) e sobre características clínicas decorrentes da infecção pelos diferentes sorotipos.
Por outro lado, conforme explica a nota, o uso de testes rápidos para diagnóstico de dengue (NS1) pode ser eficaz no campo da assistência aos pacientes, contribuindo para a definição da conduta clínica oportuna mais adequada individualmente.
A nota recomenda o uso de testes que especificam nas informações técnicas sensibilidade igual ou maior a 95% e especificidade igual ou maior a 90%. O documento orienta, ainda, que um resultado positivo no teste rápido para detecção de NS1 indica o diagnóstico de dengue aguda, mas um resultado negativo não exclui esse diagnóstico.
Cenário epidemiológico
Durante a entrevista coletiva no COE-Dengue, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, ao observar o cenário da doença no estado de Minas Gerais, por exemplo, disse que a evolução de casos de dengue sugere uma possível desaceleração. “Na mesma velocidade que subimos, vamos descer. Não vai ser uma curva arrastada”, afirmou Ethel. Ela pontuou, no entanto, que cada estado entrou em tempos diferentes na crise epidemiológica. Por isso, é necessária uma análise de cada região.
O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, Marcio Garcia, complementou afirmando que o foco é evitar ao máximo as mortes pela doença. “Todo cidadão brasileiro, independentemente da idade, que tiver um quadro febril e este quadro evoluir para alguns sinais e sintomas específicos como, por exemplo, uma dor abdominal mais intensa, vômitos persistentes, queda de pressão ou fraqueza, deve procurar o quanto antes uma unidade básica de saúde”, enfatizou o diretor, alertando que a ausência de sangramentos não significa que não há gravidade da doença.