Como parte de uma estratégia para impulsionar o desenvolvimento sustentável e atrair novos investimentos, o Governo de Alagoas tem apostado nos Parques Híbridos, que combinam energia solar e eólica em uma mesma instalação. A articulação dessas iniciativas é conduzida pela Superintendência de Políticas Energéticas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), que vem trabalhando para consolidar esse modelo principalmente em regiões do interior do estado.
A proposta de integrar essas duas fontes renováveis aproveita a complementaridade natural entre o sol e o vento, permitindo uma geração de energia mais constante ao longo do dia e do ano. Além disso, essa combinação tem se mostrado essencial para avançar na transição energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e posicionar Alagoas como referência em economia de baixo carbono.
Segundo o superintendente de Políticas Energéticas da Sedics, Bruno Macedo, Alagoas reúne características ideais para a expansão dos parques híbridos, especialmente em áreas como o Sertão e o entorno do Canal do Sertão, que apresentam forte incidência solar e ventos constantes.
“Seguimos dialogando com representantes do poder público, da academia e do setor produtivo sobre o contexto da transição energética e da expansão econômica”, afirma.
Estudos técnicos também reforçam o potencial da região. De acordo com a pesquisa “Combining wind and solar energy sources: potential for hybrid power generation in Brazil” (2020), o semiárido nordestino se destaca como um dos melhores territórios do país para esse modelo, devido à constância dos ventos e à elevada incidência de radiação solar.
A secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alice Beltrão, destaca que a agenda energética é estratégica para o futuro do estado.
“Projetamos que a integração dos parques híbridos, somada às boas práticas regulatórias, pode consolidar a infraestrutura energética do estado com foco em uma economia de baixo carbono e nos eixos da Lei do Combustível do Futuro”, ressalta.
Além de ser uma alternativa ambientalmente sustentável, os parques híbridos oferecem vantagens técnicas e econômicas. Entre os principais benefícios estão a possibilidade de integração com sistemas de armazenamento, como baterias, que garantem segurança operacional mesmo em momentos de oscilação entre oferta e demanda. A utilização de infraestrutura compartilhada entre as fontes também contribui para a redução de custos de transmissão e minimiza o impacto ambiental, o que torna o modelo ainda mais atrativo para investidores.
No aspecto regulatório, o cenário também é favorável. Em 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a Resolução Normativa nº 1.069, que atualizou as regras aplicáveis às usinas de fontes alternativas. A norma reconhece oficialmente os parques híbridos, facilitando a conexão à rede elétrica e impulsionando a expansão de modelos sustentáveis, fundamentais para acelerar a transição energética no Brasil.
* Estagiário, sob supervisão