“Passei pelo câncer e venci; hoje tenho minha autoestima de volta graças à cirurgia de reconstrução mamária”. Esse é o relato da alagoana Valdirene Farias Santos, de 51 anos, que passou por um câncer de mama e teve que remover um dos seios. Ela fez a cirurgia de reconstrução mamária por meio do Programa “Ame-se”, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que já mudou a vida de 19 mulheres alagoanas que venceram o câncer e passaram pela mastopexia.
Valdirene relata que a descoberta do câncer foi muito dolorosa. “Descobri o nódulo fazendo autoexame. Encontrei um pequeno carocinho e procurei imediatamente um médico. A mastologista confirmou um pequeno nódulo, que no período de 15 dias cresceu e ficou do tamanho de um limão. Fiz a biopsia e deu que ele era raro e invasivo. Minha mastologista logo me orientou a retirar a mama por completo. Oito meses após a quimioterapia fiz a cirurgia para retirada”, explicou.
O programa Ame-se, implementado no dia 23 de outubro de 2020, pela Sesau, atende mulheres que já tenham concluído o tratamento do câncer e estão na fila de espera para terem o seio reconstruído. O programa tem a intenção de zerar a fila de espera pela cirurgia em todo o Estado.
Valdirene contou que tinha muita vontade de fazer a cirurgia de reconstrução, pois, ficou com uma grande cicatriz. “Passei por um período muito doloroso com a quimioterapia que mexe com a mente da gente, mas, temos que ser fortes e não entrar em desespero. Saber que o câncer tem cura. Passei por isso e venci. Quando descobri o câncer, meu psicológico foi a mil. O chão se abriu na minha frente. Pensei que ia morrer. Falei para minha mastologista que minha vida tinha acabado ali. E ela me disse que, pelo contrário, eu iria começar a lutar pela minha vida naquele momento. Coloquei na minha mente que apesar do sofrimento eu queria viver. Quando retiraram minha mama fiquei com uma cicatriz enorme”, contou.
Cada paciente do “Ame-se” é analisado e tem seu caso estudado para a escolha do método da reconstrução. Valdirene Farias Santos, de 51 anos, colocou um expansor na mama no dia 2 de agosto de 2021.O método utilizado na paciente consiste em inserir um tipo de prótese vazia sob a pele para promover, aos poucos, a expansão do tecido, por meio da aplicação de soro fisiológico, até atingir o tamanho desejado. Após este primeiro processo, uma segunda intervenção é feita para remover o expansor e inserir o implante definitivo.
Há diversas técnicas diferentes para a cirurgia de reconstrução mamária e em alguns casos é necessário mais de um procedimento cirúrgico. A escolha vai depender da forma, tamanho e localização da remoção do tecido. Os principais métodos são os que incluem o implante de silicone, uso de expansor cutâneo e transferência de retalhos de pele.
“Conheci o programa por meio da Casa Rosa e da deputada Tereza Nelma. Assim que eu fiquei sabendo do programa coloquei o meu nome porque era o meu sonho colocar a prótese, pois, a cirurgia que eu fiz para retirada da mama a cicatriz ficou muito grande e o meu maior sonho era colocar a prótese. Fui chamada no dia 2 de agosto e fiz a cirurgia no Hospital da Mata. As pessoas lá me atenderam muito bem, os médicos me deram o maior apoio. Todos os funcionários do hospital são excelentes. Eu fui muito bem cuidada. Estou aguardando ansiosa para ver o resultado. Mas já deu para mudar a minha autoestima. Estou me sentindo muito bem e vou me sentir melhor ainda quando eu colocar a prótese. É outra vida, a gente se sente bem melhor”, relatou Valdirene.
Ame-se – O programa tem como objetivo zerar a fila de espera para cirurgias de reconstrução mamária. Entretanto, o Ame-se vai além dos procedimentos cirúrgicos, uma vez que busca retomar a autoestima de dezenas de mulheres, além de rastrear a doença, evitando que chegue ao estágio mais grave.
Para as mulheres serem incluídas no Ame-se, é necessário ter mais de 18 anos, estar em boas condições clínicas, sem comorbidades ou com elas controladas. É importante, também, que o Índice de Massa Corpórea (IMC) esteja abaixo de 27, que tenha autorização do oncologista e já tenha passado pelo tratamento quimioterápico ou radioterápico, há pelo menos seis meses.