Utilizar repelentes caseiros produzidos com cravo da índia, óleo de eucalipto e até citronela podem trazer complicações para as crianças e adolescentes. O alerta é da pediatra Suzanna Matos, que atua no Hospital da Criança de Alagoas (HCA), em Maceió. De acordo com a especialista, os familiares devem comprar repelentes sob orientação médica, aprovados pelos órgãos de controle e conferir as substâncias presentes na composição do produto, visando saber se os mais novos podem usar.
Suzanna Matos esclarece que o uso de repelentes naturais deve ser evitado em crianças, e que elas podem desenvolver alguma reação alérgica ou dermatite de contato. “Quanto aos repelentes caseiros, não temos uma relação dose, efeito e segurança. Por exemplo, não sabemos em que frequência podemos reaplicar para que o efeito seja efetivo e evite que o mosquito pique e essa criança pegue dengue”, explica.
Os médicos, geralmente, indicam para crianças repelentes que possuam icaridina ou IR3535 no rótulo da embalagem. Mesmo sendo um bom elemento para repelir insetos, o DEET não é permitido em crianças menores de dois anos, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além dos repelentes, os pais também devem tomar outros cuidados para evitar que seus filhos entrem em contato com o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue.
“A gente tem que ter em mente que o Aedes aegypti está dentro de casa. Então, vamos pensar a forma que a gente pode espantar esse mosquito, tomando cuidado com água parada, usando meios de barreira como telas, roupas longas e leves”, alerta Suzanna Matos.
A pediatra do HCA enfatiza que os bebês de até dois meses não podem utilizar nenhum tipo de repelente. “Vale salientar que os outros cuidados devem ser mantidos, além da recomendação do uso de mosquiteiros”, orienta.