Polícia Científica de Alagoas explica exame em material coletado nos corpos de crianças exumadas

Amostras dos tecidos serão analisadas através da espectrometria de massas no Laboratório Forense

Por Redação Agência Alagoas

08/05/2024 -

10:58h

Ascom Polícia Científica

A abertura de uma sepultura em um cemitério particular de Maceió e a retirada dos restos mortais de duas crianças de 1 e 3 anos para uma perícia criminal minuciosa poderá ser decisiva para esclarecer um dos casos mais intrigantes de Alagoas: o suposto assassinato de duas crianças pela própria mãe.

Eduardo Yukishigue Nisiyama, médico legista responsável pela exumação, confirmou na manhã de hoje (08) que a equipe do Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML de Maceió) conseguiu coletar materiais orgânicos e inorgânicos nos corpos das duas crianças, falecidas em 2016 e 2021. As amostras serão encaminhadas para o Laboratório de Toxicologia Forense do Instituto de Criminalística de Maceió para exames.

“Essas amostras serão utilizadas para pesquisa de venenos e materiais tóxicos com a finalidade de buscar indícios que possam colaborar com o inquérito policial”, explicou o perito, que também é chefe do setor de perícias em mortos do IML de Maceió.

Thalmanny Goulart, perito criminal chefe do Laboratório Forense, explicou que em casos como esse, é utilizada a técnica de análise de tecidos, através da espectrometria de massas. Mas o sucesso desse tipo de exame depende de vários fatores do eventual material coletado, como estado de decomposição (tempo e degradação), não só do tecido, mas também das substâncias que eventualmente possam estar contidas nele.

“Mais um motivo que reforça a importância da imediata coleta após o fato em que se quer esclarecer eventual morte sem causa definida. Então, a toxicologia tem que ser rápida para ser efetiva. Quando ela demora, a efetividade desse exame cai substancialmente e as chances para identificação pelo decorrer do tempo nesse caso diminuem”, explicou o perito.

A exumação foi uma solicitação do delegado Arthur César, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que acompanhou o trabalho da Polícia Científica. Além da morte dos filhos, a mulher, que continua presa, é investigada também por tentar matar a própria mãe envenenada, em 2023. A vítima sobreviveu, mas encontra-se em estado vegetativo.