Profetas Populares das Chuvas do Sertão Alagoano preveem bom inverno com chuvas moderadas

5º encontro foi realizado nesta quarta (15), pela Prefeitura de Santana. Evento reuniu 8 profetas e as previsões são animadoras.

Por Redação

15/02/2023 -

19:57h

A Prefeitura de Santana do Ipanema, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semdrumah), realizou nesta quarta-feira (15), o V Encontro dos Profetas das Chuvas do Sertão Alagoano. O evento foi um sucesso e reuniu 8 profetas populares e todos previram um bom inverno, com menos chuvas que em 2022.

Os profetas utilizam da sabedoria popular repassada por gerações e observam fenômenos naturais como animais, plantas e astros para apontar o prognóstico das chuvas na região.

O primeiro a se apresentar foi o santanense Luizinho Ribeiro. Com 80 anos, Luizinho participou de todas as edições do encontro e apresentou sua experiência que foi passada pelo seu avô. Segundo Luizinho, com base nas observações das flores do ipê roxo e craibeira, a previsão é que o ano terá uma média boa de chuva com pouca produção pouca.

O segundo profeta, também santanense, Reginaldo Teixeira, de 56 anos, desde adolescência observa a natureza para iniciar o plantio. E sua profecia foi com base no Pé de Coco Ouricuri. Em 2022, a árvore deu 4 cachos de coco e esse foram 7. Com base nessa observação, ele prevê pouca chuva, mas um bom inverno e lavoura.

O terceiro, também santanense, Alivan do Caracol, de 56 anos, utiliza das suas profecias para obter êxito na lavoura. A profecia é feita com base no Pé de Ouricuri e pássaros. Segundo Alivan, o pássaro 3 cocos vem cantando nas madrugadas, sinal de chuva. Ele também apontou o João de Barro fez sua casa com um formato para proteger da chuva, e quando isso acontece, vem muita chuva.

Genivaldo Vieira da Silva, da cidade de Inhapi, de 67 anos, vem de uma família tradicional de agricultores, seu interesse pela profecia das chuvas surgiu desde sua infância, quando seu pai e os vizinhos se reuniam a noite para trocar experiencias sobre as previsões de chuva daquele ano. Genivaldo levou um galho de trapiá, que nos anos secos, não coloca fruta, e nesses últimos três anos de chuva, ele colocou muita chuva. Com base nessa observação, terá inverno com metade da chuva do ano passado, mas que será um grande ano de produção.

O pernambucano Severino de França, conhecido como seu Biu, de 72 anos, observa a natureza para prevê a chuva, com o nascer dos planetas, os pássaros. Também com o cavar do chão, que segundo ele, se subir a quentura a chuva está perto, se subir a frieza, a chuva está longe. Seu Biu também previu uma boa quadra chuvosa.

Mais um santanense a revelar sua profecia foi Antônio Veríssimo, de 88 anos. Ele observa os sinais do céu para prever a chuva, conforme aprendeu com seu avô. Ele observou que na madrugada de segunda para terça-feira o círculo da lua estava apontando para o sul, sinal de chuva, quando o círculo está para baixo é chuva e para cima é sol.

Hélio dos Santos, o popular Mororó foi o penúltimo a prever a chuva. Com 62 anos, ele prevê a chuva com base nas manifestações planetárias, que aprendeu com seu pai. Segundo ele, esse ano vai ter uma boa lavoura. Ele observou aranha caranguejeira, que quando sai de sua casa (buraco) começa a se aproximar das residências das pessoas, é sinal de muita chuva, bem como a formiga quando sai dos formigueiros e vão em colônia pelas estradas e casas, é sinal de muita chuva.

O último profeta a se apresentar foi Sebastião Damasceno, santanense que observa a história da caatinga para prevê as chuvas. Em suas duas últimas participações nos encontros anteriores, ele contou que quando o ano entra na lua minguante chovia muito.

O evento contou com apresentações de violeiros, cordelistas, artesãos e repentistas, reunindo um grande público de populares, empresários e autoridades.

O encontro foi encerrado com as entregas dos troféus aos profetas e homenagens aos saudosos Isnaldo Bulhões, incentivador do evento, Bartolomeu Barros e Benício, expectadores que marcaram presença nos primeiros encontros.