A secretária de Estado de Agricultura, Carla Dantas, recebeu representantes de movimentos sociais do campo nesta quinta-feira (23), que apresentaram uma agenda de fortalecimento da agricultura familiar camponesa em Alagoas. A reunião também contou com a presença do presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Silva.
A pauta coletiva dos movimentos sociais tem por objetivo gerar mais investimentos do Governo do Estado no fomento da produção e comercialização para assentados e acampados. A secretária de Agricultura apontou que essa é uma agenda positiva de fortalecimento da parceria com agricultores familiares camponeses, incentivando a geração de renda no campo.
“Essa agenda é de fortalecimento. A pauta é extensa, mas nos deu um norte do que os movimentos precisam. O governador Paulo Dantas criou a Secretaria Executiva de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária para dar uma resposta mais célere ao setor. Por isso, é preciso desenvolver programas que envolvam as cooperativas, a produção da agricultura familiar camponesa e dos povos tradicionais. Quero ser colaboradora do crescimento dos movimentos sociais ao lado do Iteral”, afirmou Carla Dantas.
Uma das demandas apresentadas foi a de investimento em campos de produção de sementes crioulas. A proposta é de que a Seagri possa desenvolver, de forma conjunta, um projeto-piloto para produção de milho e feijão, que faça parte do programa de distribuição de sementes Planta Alagoas.
Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, abordou a necessidade de investimento. “É preciso pensar a organização do campo, desde a base, com sementes, irrigação, assistência, até a comercialização. A reforma agrária e agricultura familiar possibilitam transformações, inclusive no enfrentamento à fome e à desigualdade”, declarou.
A Seagri e o Iteral vão dar continuidade às reuniões para fortalecer a cooperação entre o Estado e os movimentos sociais. “Têm dez movimentos no campo em Alagoas, e esses grupos vêm trabalhando juntos há muitos anos. É preciso olhar quem é do campo, e a gente espera que essa seja uma de muitas reuniões que ainda vão ocorrer”, ressaltou o representante da Frente Nacional de Luta (FNL), Marcos Antônio da Silva, conhecido no campo como Marrom.
Além do MST e do FNL, também participaram da reunião a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), o Movimento de Luta pela Terra (MLT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e o Movimento Terra Livre (TL).
O encontro marca o início de um diálogo mais próximo entre a Seagri e os movimentos sociais do campo. A iniciativa visa fomentar a produção da agricultura familiar camponesa, gerar emprego, renda e incentivar a permanência da mulher e do homem no campo.