Secretaria do Estado da Educação inaugura três escolas indígenas em fevereiro

Obras somam um investimento de quase R$ 12 milhões; primeira entrega será nesta quinta-feira, em Água Branca

Por Ana Paula Lins / Ascom Seduc

03/02/2025 -

18:38h

Alexandre Teixeira / Ascom Seduc

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vai entregar três novas escolas indígenas neste mês de fevereiro. A medida valoriza a Educação Indígena e atende antigas reivindicações das comunidades, somando um investimento de quase R$ 12 milhões. A primeira entrega será nesta quinta-feira (06), em Água Branca, às 11h.

Três povos serão beneficiados com as novas escolas: Kalankó, com a Escola Indígena Francisco Higino da Silva, em Água Branca; Karuazú, com a Escola Indígena Antônio José da Silva, em Pariconha; e Aconã, com Escola Indígena José Saraiva Irmão Suraconã, em Traipu.

“As três unidades ampliam para 19 o número de escolas indígenas na rede estadual e mostram o compromisso do Governo de Alagoas com a educação indígena e o respeito às tradições e costumes dos povos originários”, destaca a secretária de Estado da Educação, Roseane Vasconcelos.

Água Branca

A primeira unidade a ser entregue será a Escola Indígena Francisco Higino da Silva, em Água Branca. Com um investimento de R$ 3,5 milhões, a escola gerou 40 empregos diretos durante a construção e contará com cinco salas – quatro para sala de aula e uma para informática – além de uma quadra coberta. Com capacidade para atender de 300 a 400 estudantes, a unidade já conta com mais de 150 matriculados na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.

De acordo com a gestora Aline Lopes dos Reis, a nova unidade dará oportunidade às crianças e jovens da comunidade o acesso a uma educação de qualidade, que valoriza ainda mais a preservação de sua cultura e a sua transmissão para as novas gerações, contribuindo para o desenvolvimento da comunidade e oferecendo oportunidades de capacitação e emprego para a comunidade.

“Antes da construção da escola, as crianças e jovens da comunidade Kalankó precisavam se deslocar para estudar nas redes municipal e estadual de Água Branca, e na Escola Estadual Santa Cruz do Deserto, no município de Mata Grande, para cursar o ensino fundamental e médio. No entanto, com a construção desta escola, este deslocamento não será mais necessário e eles terão a oportunidade de estudar na própria comunidade, com uma educação que valoriza sua cultura”, comemora a gestora.


Pariconha

Na vizinha Pariconha, o contemplado foi o povo Karuazú: a Escola Indígena Antônio José da Silva, no povoado Campinhos, será inaugurada na próxima segunda-feira (10). A unidade já conta com mais de 200 estudantes matriculados para uma oferta de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. A unidade terá sete salas de aula – seis para aula e uma para informática – e ginásio, um investimento de R$ 4,2 milhões.

A construção da escola atende a uma antiga reivindicação do povo Karuazú. Segundo a gestora Rafaela Lima da Silva, há décadas a comunidade luta pela criação de um espaço educacional próprio, que valorizasse sua cultura e atendesse às necessidades dos estudantes indígenas.

Ainda de acordo com ela, um estudo de demanda apresentado ao Ministério Público Federal apontava que 86% dos alunos que estudavam na rede municipal de ensino eram indígenas Karuazú.

“A construção da nova escola vai beneficiar não só os Karuazu, mas também os indígenas dos povoados Tanque, Capim e Verdão. Os estudantes do ensino médio também serão beneficiados, visto que os mesmos, para estudar, precisam se locomover para Pariconha ou Água Branca”, explica Rafaela.

Esta será a terceira escola indígena do município de Pariconha, que já conta com as escolas Juvino Henrique e José Carapina


Traipu

Em Traipu, a construção da Escola Indígena José Saraiva Irmão Suraconã, para o povo Aconã, é a concretização de um sonho e da luta de 20 anos da comunidade. A unidade leva o nome do antigo cacique Saraiva Suraconã, que, em vida, sonhou e lutou pela construção desta escola. A entrega está agendada para o dia 19.

A unidade contará com sete salas, sendo seis salas de aula e uma multiuso, quatro blocos construídos, além da quadra coberta com vestiário.

“Esta escola era o sonho do meu pai e de todo o povo Aconã. Ter uma escola construída dentro do nosso povoado facilitará muito a vida das crianças e jovens da comunidade, que, para estudar, precisavam se deslocar para a zona urbana de Traipu, pros municípios de São Brás e Porto Real do Colégio e até para Pernambuco, nos municípios de Lagoa Comprida e Bom Jardim”, relata a diretora Rosineide Saraiva, que é e filha do homenageado.