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TECNOLOGIA APLICADA À AGRICULTURA REDUZ IMPACTO DA SECA NO SERTÃO ALAGOANO

Silvano da Graça é um apicultor que faz parte de uma associação de jovens  do Povoado Quixabeira, zona rural de Água Branca, Sertão de Alagoas. A seca já assolava a região por cinco anos, o que dificultava a atividade apícola e  agrícola, da qual ele e a família tiram o sustento.

Motivado pelo anseio de melhorar a renda e reduzir os gastos, o apicultor resolveu fazer um curso técnico em agroecologia, no qual teve a oportunidade de conhecer tecnologias para melhorar o meio ambiente e aproveitar os recursos disponíveis em sua propriedade, como biodigestor e tratamento de água cinza.

Depois do curso, junto com um professor, teve a ideia de implantar esses recursos em sua residência, processo que foi assistido por um técnico extensionista do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater), buscando informações sobre práticas do gênero e dando suporte à implantação.

Por conta do biodigestor, há aproximadamente um ano a família deixou de comprar gás de cozinha para preparar os alimentos e não tem usado nem a queima de lenha nem do carvão. Na lavoura, eles começaram a reaproveitar o esterco dos animais da propriedade, que antes era deixado no terreno, como biofertilizante. E, por meio do tratamento da água cinza, Silvano mantém uma produção bem diversificada em seu quintal produtivo, plantando batata doce, banana e hortaliças.

“É uma tecnologia que vai deixar muitas árvores vivas. Muita gente diz que não produz ao redor de casa porque não tem água. Uma casa com quatro pessoas joga no meio ambiente em torno de 120 a 150 mil litros de água suja por ano. Com o  tratamento de água cinza, pude produzir ao redor de casa, reutilizando a água. Já colhi muitas plantas diversificadas e com qualidade. Esse sistema me permite produzir o ano todo”, relatou.

Hoje, além da atividade apícola, Silvano vem desenvolvendo um trabalho com banco de sementes, além de divulgar essas tecnologias na comunidade, o que fez com que outros agricultores comprassem a ideia e realizassem a implantação.

Quando se trata de experiências de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) com agricultores familiares, toda a família é envolvida no processo. Desde que eles tiverem acesso aos serviços de ATER, começaram a receber orientações dos técnicos da Emater dentro dos princípios da agroe cologia, por meio de uma metodologia participativa, com o objetivo de criar condições de aprendizado.

“O nosso trabalho contribui para a promoção do desenvolvimento rural sustentável, com ênfase em processos de desenvolvimento endógeno, apoiando  os agricultores familiares na potencialização do uso sustentável dos recursos naturais. É muito gratificante ver nossos produtores compreendendo que devem viver em harmonia com meio ambiente, que precisamos trabalhar com tecnologias adaptadas à realidade local, que facilitem a vida do agricultor, reduzam despesas e gerem renda para a família”, ressaltou a extensionista da Emater, Rosângela Duarte.

Graças ao trabalho realizado pelo produtor e à assistência da Emater, hoje, a melhoria no meio ambiente da propriedade é visível, o solo está mais estruturado e as frutíferas se renovaram e melhoraram a produção, após o uso de biofertilizantes.

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